Novos materiais para absorção de impacto

14/07/2010 13:08

    Há algum tempo atrás assisti um documentário sobre a evolução dos sistemas de proteção individual, desde os ativos (Artes Marciais, armas, animais, etc) até os passivos (coletas à prova de bala, escudos, blindagens, etc), mostrando vantagens/desvantagens, custos e eficácia.

O assunto é muito interessante pois mostra uma tendência humana em cada vez mais se proteger em vez de agridir se montarmos cronológicamente os maiores avanços que tiveram nesta área.

O estudo dos materiais é a base para os sistemas passivos de proteção individual, que foram os que mais se desenvolveram, e mais especificamente gostaria de abordar o colete à prova de bala.

Felizmente não conheço ninguém que saia de casa com um, mas em breve poderemos ter acesso a este tipo de proteção (tomara que não) devido as pesquisas na composição e formato dos aparatos.

Uma forma de desenvolvimento de produto que estudamos na faculdade é por analogia, e as que buscam inspiração na natureza sempre são bem promissoras. Para o caso do colete alguns engenheiros de materiais em parceria com biólogos conceberam uma malha leve e fina que se assemelha a pele de lagartos (o nome é pele de dragão) e usa a sobreposição de pequenos pedaços do material que já era usado nos coletes (na maioria das vezes o KEVLAR da DuPont). Com isto ficou mais fácil de vestir, menos penoso para o usuário, pois o peso é muito menor e com a vantagem adicional de ter se mostrado mais segura no teste de tiro.

Não quer dizer que o dano ao usuário é menor, pois nos casos de falha do equipamento feito de KEVLAR em um pedaço rígido, o estilhaço do colete acabava gerando o óbito do usuário quando falhava, neste novo sistema as pequenas lâminas sobrepostas acabam "amortecendo" o impacto e não estilhaçam, o movimento do conjunto absorve toda a energia cinética da bala, mas a pele humana ainda sente forte o impacto.

Esta semana eu li na Folha on Line um estudo para conjugar o KEVLAR com um líquido, não revelado, que tornaria o equipamento ainda mais leve. O estudo é da empresa BAE Systems. O vídeo abaixo mostra o momento do impacto com este novo sistema e o antigo (divulgação BBC Brasil):

 

 

 

 

A grande vantagem divulgada é que estes dois componentes conjugados tem uma capacidade de absorção de energia muito grande, fazendo com projéteis sejam parados em camadas superficiais.

Dá até para imaginar outras aplicações para esta idéia: Pára choque, luvas esportivas, meu celular que teima em cair no chão........